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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

sábado, 22 de fevereiro de 2020

ZERO ETERNO - crítica e análise do mangá

ouvindo: Ronnie James Dio, Evil or Divine - Live in New York City, de 2005

no post 10 Jogos que Marcaram minha Vida, eu falei de determinados jogos do estilo shoot ‘em up (subgênero dos jogos de tiro, mas com aeronaves ou naves espaciais) pelos quais sou apaixonado – a saber, de After Burner, 1942, 1943: The Battle of Midway e Truxton – mas eu também deveria ter colocado Aero “Sonic Wings” Fighters, de 1992, pela VideoSystem  (Sonic Wings é o título do jogo quando lançado para o Super Nintendo, em 1994, e ganhou fama onde os fliperamas não chegaram com o título). o jogo ainda teve sequências – todas pela VideoSystem –, sendo elas Aero Fighters 2, de 1994 (também pela Video System); Aero Fighters 3, de 1995; Sonic Wings Special (que tem características combinadas dos três primeiros Sonic Wings), de 1996; e Aero Fighters Assault, de 1998.
After Burner, da Sega
1942, da Capcom
1943: The Battle of Midway, também da Capcom
Truxton, da Toaplan
Aero Fighters, de 1992, pela VideoSystem
Aero Fighters 2, de 1994
Aero Fighters 3, de 1995
Sonic Wings Special, de 1996
Aero Fighters Assault, de 1998
ai claro que tem filmes de combate aéreo (Pearl Harbor, de 2001, só se salva por isso) como Esquadrão Heróico, de 1954; os CRÁSSICOS Top Gun - Ases Indomáveis, de 1986, e Memphis Belle, de 1990; Prova de Fogo, de 1995; Flyboys, de 2006; Tora! Tora! Tora!, de 1970; A Batalha da Grã-Bretanha, de 1969, entre tantos outros.e simplesmente NÃO EXISTE muleque de 1930 que não quis ser piloto de caça ao os ver em ação, direta ou indiretamente.e como sou de 1983, já sabem...
Pearl Harbor, de 2001, de Michael Bay; produzido pela dupla Bay-Bruckheimer e escrito por Randall Wallace (Coração Valente, O Homem da Máscara de Ferro).
Esquadrão Heróico, de 1954, de Andrew Marton, produzido por Henry Berman (1914-1979) e escrito por Harry A. Burns.
Top Gun - Ases Indomáveis, de 1986, de Tony DISPENSA TODAS AS APRESENTAÇÕES Scott; produzido pela dupla de ouro do cinema de ação Don Simpson e Jerry Bruckheimer e escrito por Jim Cash (1941-2000) e Jack Epps Jr. (1949-) baseado num artigo do jornalista israelense Ehud Yonay chamado “Top Guns”, publicado em uma edição do ano de 1983 do periódico California Magazine.
Memphis Belle - A Fortaleza Voadora, de 1990, de Michael Caton-Jones (Dr. Hollywood - Uma Receita de Amor, Rob Roy - A Saga de uma Paixão, O Chacal [o com o Willis, o Gere, o Jack Black e o Poitier]), produzido por David Puttnam e Catherine Wyler e escrito por Monte Merrick (1949-2015).
Prova de Fogo, de 1995, de Robert Markowitz e escrito por Paris Qualles (M.A.N.T.I.S., Law & Order, Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman), Trey Ellis, Ron Hutchinson (A Ilha do Dr. Moreau, Traffic), Robert Wayland Williams (O Agente da U.N.C.L.E.) e Thomas Steven “T. S.” Cook (1947-2013) (Águia de Fogo, Projeto U.F.O., O Último Suspeito).
Flyboys, de 2006, de Tony Bill (Coração Rebelde, Conspiração Silenciosa), produzido por Dean “Independence Day” Devlin (Soldado Universal, Stargate, O Patriota) e Marc Frydman (Criei um Monstro, A Conspiração); escrito por Phil Sears (Ripper Man), Blake T. Evans (Ripper Man, Inferno no Céu, Vilões por Acaso) e David Schad Ward (Um Time Muito Louco, Sintonia de Amor, A Máscara do Zorro).
Tora! Tora! Tora!, de 1970, de Richard Fleischer, Kinji Fukasaku e Toshio Masuda; produzido por Elmo Williams e Richard Fleischer; e escrito por Ladislas Farago, Gordon W. Prange, Larry Forrester, Ryuzo Kikushima, Hideo Oguni e Akira Kurosawa sobre os livros Tora! Tora! Tora!, de 1969, de Gordon W. Prange, e The Broken Seal, de Ladislas Farago.
A Batalha da Grã-Bretanha, de 1969, de Guy Hamilton (1922-2016) (Remo - Desarmado e Perigoso, 007 Contra Goldfinger, 007 - Os Diamantes São Eternos, Com 007 Viva e Deixe Morrer, 007 Contra O Homem da Pistola de Ouro ÊTA TÍTULO AMBÍGULO DA PORRA!!!!); produzido por Harry Saltzman e Benjamin Fisz; e escrito por James Kennaway (1928-168) e Wilfred Greatorex (1921-2002).

e a HQ de hoje é total dentro dessa temática na verdade é um mangá e se chama Zero Eterno, com roteiro do romancista japonês Naoki Hyakuta (1956-), baseado em seu livro homônimo publicado originalmente em 2006 e que se tornou o livro mais vendido do Japão produzido no Japão (sim, conseguiu a proeza de desbancar Musashi, de Eiji Yoshikawa [1892-1962], de 1935), e arte de Souichi Sumoto. em 2013, com direção de Takashi Yamazaki (a versão live action de Space Battleship Yamato) e escrito por ele e por Tamio Hayashi, Eien no Zero (título original da obra) foi pra tela grande. vou até procurar pra baixar e comentar aqui, inclusive. foda é não ter a porra (UI!) do livro.
Naoki Hyakuta
Zero Eterno, de Naoki Hyakuta
Musashi, de Eiji Yoshikawa
capa do filme Eien no Zero, de 2013, dirigido por Takashi Yamazaki e escrito por ele e por Tamio Hayashi
a narrativa é traçada em segundo plano pelos irmãos Saeki, quando Keiko propõe a Kentaro a pesquisarem sobre a vida de seu avô materno Kyuzo Miyabe, que fora um Tokko, piloto suicida japonês integrante do grupo Tokkokai, atuantes durante a Segunda Guerra Mundial pilotando os famosos caças Mitsubishi A6M Zero. hell yeah, menino. hell yeah, menina. Kyuzo Miyabe era um KAMIKAZE.
segundo o artigo Quadrinhos como narrativas de cultura histórica: o Zero Eterno, da professora Janaina de Paula do Espírito Santo, de 2016, “Kamikaze é uma palavra japonesa que significa ‘vento divino’ e faz referência a um fenômeno natural que faz parte de sua história: um tufão, que em 1281 impediu as tropas mongóis de invadirem seu território” e Tokkotai o
“[...] grupo de pilotos treinados para realizar ataques suicidas, em aviões armados com 250kg de bombas, com o intuito de atacar porta aviões inimigos. Essa prática de ataques suicidas passou a ser utilizada em um momento de crise para os militares do Império Japonês, iniciada logo após ao ataque a Pearl Harbor, em 1944 (SANTO, 2016, p.2).
(sim, isso também é apresentado na revista mas lá na segunda parte do penúltimo volume)

primeira vez que eu vi esse mangá foi na Feira do Livro do ano passado, mas não consegui achar toda a série pra vender. procurei na internet e nada de preços legais, as revistas mais o frete pra cá não compensavam, e nada dos meus amigos que trabalham com compra e venda de comics e afins achar também. ai um dia varei na casa dum chegado meu do Anchieta por ser aniversário desse bitch e dei de cara com a serie completa
“viado, tu já leste esse mangá aqui?”
“leva essa porra pra ti, uma merda essa história.” 
já era pra eu ter lido faz uma cara mas ‘tava me limpando de mangá devid’à dissertação (falei isso no post de ontem), mas enfim li então bora lá.
Eien no Zero tem cinco volumes, com cerca de centro e oitenta, cento e noventa cada um, só o último que tem quase duzentas e quarenta páginas. como rege a lei, sempre tem legendas em brasileiro quando aparecem termos grafados em ideogramas e tem sempre aquele glossário E S T A I L E ao final de cada edição.no começo de cada volume tem um item relativo aos pilotos de avião japoneses da época. no Japão foi publicado em 2010 pela Futabasha e no Brasil de abril a agosto de 2015 pela JBC que DESSA VEZ DEU AQUELA FORRA DO CARALHO SEMPRE BEM-VINDA e publicou em material super-especial pra colecionador em 2015, com tradução de Naguisa Kushihara e revisão de Henrique Minatogawa. tem uma falha aqui e ali mas nada comprometedor.
ademais, em cada edição se traz o Leitmotiv da dupla, não o feijão com arroz e sempre cada vez mais aprofundado, especificado. e  cada entrevistado por Kentaro e Keiko não somente apresenta sua perspectiva sobre Kyuzo, mas, dentro desta, como os soldados japoneses e o povo japonês e todos eles juntos viam o principal confronto observado na obra. o segundo é de Keitaro, um perdido na vida igual o dono desse blog, se encontrar na vida e saber o que quer de fato na vida parece muitão com alguém, não?a única exceção dos militares que falam sobre Miyabe é o jornalista pentelho cretino olha o puta pleonasmo atuando ai novamente. apesar dele pontuar historicamente sobre o pré-II Guerra, o durante-Guerra e o Nachkriegs, ele tem a grande conclusão de jerico que tirou do fundo do cu que os kamikazes estão no MESMO NÍVEL QUE OS HOMENS-BOMBA RADICAIS ISLÂMICOS. é uma pachorra muitíssimo da sua monstruosa que não dá pra acreditar nem mesmo lendo a porra da revista. queria eu muitíssimo saber OU NÃO de onde CARALHO o fudido do Hyakuta tirou essa ideia, ou então solidifica-la pra mó de dar na cara dele até ele deixar de ser leso. mas como o rabo dele é comido no final da história compensa sua aparição, acreditem.
CONTINUANDO... em seu mesmo artigo (p.1), Janaina de Paula fala sobre a honra do samurai – presente em seu código de ética, o Bushidō (do japonês, “O caminho do guerreiro que cavalga”) – e esta, na obra, é questionada quando Kyuzo atira no paraquedas de um piloto cujo avião derrubara. é um ponto que é abordado duas vezes. não deixe passar.
a melhor história a ser contada sobre é do Genjiro Izaki, a mais emocionante também 
a professora e pesquisadora Sonia Maria Bibe Luyten, em seu Mangá, o poder dos quadrinhos japoneses, diz que os personagens principais deste estilo de quadrinhos são geralmente humanistas, com grandes valores éticos e morais, tendo sempre sua coragem e ações questionadas por seus pares. e Kuyzo não foge deste estereótipo. ainda neste inserido, há o protagonista saber de tudo um muito – e Miyabe também atende essa prerrogativa, muito bem nota-se.
ah
sim 
é preciso falar 
falam, no mangá, do Deutsches Reich, a.k.a. Alemanha? sim, falam. 
falam dos crimes de guerra do Japão na Coreia? sim, falam. 
falam dos crimes de guerra do Japão na China? sim, falam. 
falam que sempre quem se fodem são os soldados e os picas-grossas só dão as ordem e quase (praticamente) nunca dão as caras no front, só mandando os (soldados) rasos para morer em seus planos cebolinísticos (mirabolantes que quase nunca dão em nada)? sim, falam. 
falam das bombas atômicas em Hiroshima e em Nagasaki?
sim, falam.
e o final de Eien no Zero é nada mais nada menos que ARREBATADOR. impossível ficar impassível a este final. a segunda metade do quinto volume é pra acabar contigo impiedosamente que tu não consegues largar até terminar a maldita leitura do último número, porque o negócio fica nada mais nada menos que MELANCOLICAMENTE APOTEÓTICO. e ARREBATADOR. e tu se perguntas por que porra não lestes há mais tempo esse mangá. e, apesar de toda a poesia presente nesta obra, nesta [obra], em todas as suas páginas, ainda vale o adágio máximo soldado estadunidense William Tecumseh Sherman (1820-1891):
“WAR IS HELL” 


se faça este favor: leia Zero Eterno.




R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
HYAKUTA, Naoki; SUMOTO, SOUICHI. O Zero Eterno. Trad. Naguisa Kushihara com revisão de Henrique Minatogawa. São Paulo: JBC, abril a agosto de 2015.
LUYTEN, Sonia M. Bibe. Mangá, o poder dos quadrinhos japoneses. São Paulo: Hedra, 2012. 
SANTO, J. P. E.. Quadrinhos como narrativas de cultura histórica: o Zero Eterno. In: XXIII Encontro Regional da Anpuh-São Paulo, 2016, Assis. XXIII Encontro Regional da Anpuh-São Paulo, 2016.

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