Postagem em destaque

YEAH, HOUSTON, WIR HABEN BÜCHER!

e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

sábado, 15 de outubro de 2016

SOBRE O DIA DOS PROFESSORES

SOBRE O DIA DOS PROFESSORES

Sou graduado na Licenciatura talvez mais famigerada da Universidade Federal do Letras: Letras Alemãs. Mas não sou professor. Eu raramente aparecia em sala de aula, muitas vezes só assinava o nome na lista de presença e desaparecia completamente até a semana seguinte. O que o alunado aprendeu comigo? Nada que eu possa lembrar agora porque talvez isso nem exista... Não sou professor. sou um pesquisador, um revisor e um tradutor. “Mas pode-se ser pesquisador e isso tudo o mais” Frau Matar e Carolina já me disseram. Frau Fortier e Frau Serpa o são, Alan e Odin idem. Mas não pra mim.
Mas este texto não é sobre mim. É sobre minha relação com meus professores.
“Pense bem, Quilômetros-a-Pé, tu fostes um bom aluno?”
Não, não fui.
Isso não quer dizer que eu não idolatrei, exaltei, os pus como Norte Verdadeiro e os segui como Estrelas-Guias. “Nós somos apenas humanos”, eles dir-me-ão. Não pra mim. Junto a minha Mãe, e aos pais de inúmeros amigos meus (Marcelos [Mesquita e Pontes], Victor, Breno e Magali, Elias, Letícia e irmãs e irmãos, Tiene, Armando, Albert e Raíssa, estou falando com vocês), Eles são os mais próximos de Totens-Realizadores-do-Impossível que eu posso imaginar. Por tudo que fizeram por mim – que fazem por mim –, os amo e os quero bem e os estimo mais do que imaginam. Tenho respeito indizível e imensurável por sua dedicação profissional e bravura e... E... [respirando fundo]
Tivemos nossos atritos. Problemas e problemáticas. Discussões e desentendimentos. Aprendi mais com amigos, periódicos e internet do que convosco. Eu nem sempre gosto de estar em aula, tenho um déficit de atenção que faz um buraco negro ser raso, as aulas nunca me pareceram ser suficientes, “‘tá faltando alguma coisa, eu não sei o que é mas falta”. É, talvez fosse por isso que eu sempre lia/leio alguma coisa por fora ou escrevendo Poema ou Poesia (o que seria do mundo sem Poema e Poesia?) ou fico conversando ou mesmo não ‘tô em sala. Até hoje, eu não entendo porque manter em sala um aluno que não quer assistir a aula – “quem não ajuda, não atrapalha”, não é isso? Se eu não consigo prestar 100% de atenção por que me manter na sala? Talvez eu nunca entenda.
Eu entendo que... Se o/a docente está lá dedicado, esforçado, determinado, não há porque alguém ficar lá, em sua aula, voando, não-compactuando de sua tarefa e empenho. Isso sem contar as malditas reprovações por falta... Sim, a meu ver não estar lá, não-compactuando de sua tarefa e empenho, é uma maneira de demonstrar respeito por sua tarefa. Não que eu não seja suficientemente esforçado e dedicado, etc etc etc. É, bem, eu não sou mesmo. Mas então atrapalhar voando? É, isso sempre me deixou muito, muitíssimo incomodado. A meu ver, não é legal não estar na mesma frequência de onda que alguém. “Por que eles/elas acorrentam ao chão se são eles/elas que nos preparam as asas pra voar?”, creio que a pergunta seja essa (dos males de ser intransigente e desajustado). 
“Por isso não se vês como um bom aluno, Quilômetros?”
Não sei. Também. Frau Steffen, Vanessa e Nair certamente podem. Herr Barroso, Herr Flores, Herr Arnegger e Herr Marco Antonio idem. Seria legal se Frau Pessoa e Herr Guilherme pudessem responder. Eu imagino a resposta de Frau Picanço (sim, eu estou rindo).
Não aprendi tanto em sala de aula quanto eu gostaria e deveria, eu tive mais lições de “o que fazer” e “o que não fazer”. Tive Mestres que me mostraram o sentido da vida, os que dão aula com energia capaz de explodir um sol, os “nhé”, os da antipatia imediata que (até hoje) não entendo como não foram mortos ao nascer e que deveriam fazer o imensurável favor à humanidade de se matar. Os, por fim, que “você é a tradução do que é o amor” os resume, que suas mais simples funções como docentes inspiraram muitos e muitos ao caminho da sala de aula.
Eu deveria ficar feliz ou triste por saber que nunca serei como estes últimos? “Só vou pra aula porque é aula dele/dela”, como fazem os alunos do Alberto, do Neuton, do Alex, do Thiago, do Artur, da Liana, da Camila, da Marluce e da Isa? Caso acenda uma vela em homenagem para cada um dos indivíduos que foram meus professores e dos que me inspiram a ser uma pessoa melhor e um professor melhor, minha casa vai parecer uma catedral. Certamente, eu nunca terei palavras.
Mas certamente tenho lágrimas e abraços suficientes para fazê-lo.
Salvas ao Professorado!
HAIL!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você está em solo sagrado!
Agora entalhe com vossas garras na Árvore dos Registros e mostre a todos que virão que você esteve aqui!!!