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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

sábado, 3 de novembro de 2018

FILMES DE ONTEM E QUADRINHO DE ANTEONTEM

Ontem, eu deveria estar estudando ou dormindo mas acabei uns filmes que já estava enrolando um tantinho pra ver: Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil, Sala Verde, O Príncipe das Marés e Frankenstein.Eu nem lembro como chegay a ter acesso ao primeiro – foi certamente alguma porra (UI!) no Twitter –, mas procurei e baixei no torrent. O segundo foi a Aline que me falou pelo Messenger e acabei baixando, já que tem punk rock no meio da jogada. Os dois últimos dispensam totalmente apresentações.
Primeiro vou falar dos filmes e depois da HQ que devia ter falado por aqui no dia que a li.

Sala Verde. Produção estadunidense conjunta da Board Green com a filmscenede 2015 e dirigida por Jeremy Saulnier (Hamilton, Murder Party, In Our Nature), com roteiro do mesmo.
OLHA... Não é ruim. Não chega a oitenta minutos de filme, não é monótono. Bem feitinho – fotografia, edição e trilha sonora no jeito. É um filme punk rock mas passa totalmente longe de ser um CBGB, do Randal Miller (Duelo de Castas, Baila Comigo), de 2013 que vou retalhar aqui qualquer dia também, assim que tiver saco de ver de novo, ultimamente ando sem culhão de ver filme novamente, que também não é lá essas obras-primas. Pra quem gosta de punk e de cinema, [Sala Verde] é muito bom (até mesmo o CBGB vale aquela conferida rápida), porque pega muito da vivência do punk como modo de vida. Pra quem gosta de música, por este mesmo segundo motivo por 1) se não gostar de rock, pra sair de sua bolha musical; 2) se gostar de rock pra sacar como é essa vivência. Não vai mudar sua vida mas serve perfeitamente ao propósito do entretenimento.
(os milharais dos primeiros três minutos do filme devem ser, creio, uma referência à [letra de] “Grains of Wrath”, do álbum New Maps of Hell, do Bad Religion, de 2007, pode ser que não também)
É sobre uma banda estadunidense de punk rock – The Ain’t Rights, da cidade de Washington (“tecnicamente de Arlington”, segundo Sam [Alia Shawkat {Arrested Development, The Final Girls}], a guitarrista), formado por Tiger ([Callum Turner {War and Peace, Victor Frankenstein}] vocal), a já mencionada Sam, Pat ([Anton Yelchin – seu penúltimo filme, inclusive, antes de sua morte, em 2016 {Star Trek: Além da Escuridão, Exterminador do Futuro: a Salvação}] baixo) e Reece ([Joe Cole {Skins, Peaky Blinders}] bateria) – que só da fora e, via Tad [David William Thompson {Gotham}], intermediando seu primo Daniel [Mark Webber {Scott Pilgrim Contra o Mundo}], acaba conseguindo espaço pra tocar em um festival em um lugar bem na puta que pariu no meio do nada nos Estados Unidos (isso chega praticamente a ser pleonasmo), onde um montede skinhead far-se-á presente.É bom pontuar isso aqui porque EXISTE NÃO-neonazi, o pessoal do ska, os neonazi só se apoderaram do visual e acabaram queimando o filme do povo do ska. O Tad até fala “Galera de direita, ou totalmente de esquerda”, sendo que os primeiros são neonazi, enquanto os segundos são alinhados ao movimento ska/punk/hardcore.
Então que eles chegam ao lugar, encontram Daniel e vão tocar. Após, quando já estão tomando rumo, Sam percebe que esqueceu o telefone na tomada do camarim, Pat vai buscar e acaba presenciando o fim de um assassinato de uma moça, Emily [Taylor Tunes] (foda que no fim não se revela o porquê disso ter acontecido). Uma outra (moça), Amber [Imoogen Poots {Need for Speed, Jane Eyre}], também no local, pede para ele ligar pra polícia. O filho da puta acaba ligando mesmo meu cu que eu ligaria, ia sair de lá como se não fosse nem um pouco comigo, foda-se, farinha pouca meu pirão primeiro. O responsável pelo local, Gabe [Macon Blair {Murder Party}], diz pra eles ficarem no quarto até tudo se resolver. A banda obviamente entra em pânico (típico, já esperado, eu diria), se isola no quarto e daí o filme se desenrola pra pior.
Reiterando: é um filme sobre punk rock. Logo, não espere um final feliz ou algo do tipo. Todo mundo se fode e não é pouco. Talvez essa seja a verdadeira graça do filme. A trilha sonora é basicamente só punk e thrash metal mas tem “Sinister Purpose”, do Creedence Clearwater Revival, como primeira música dos créditos. “Creedence em filme de punk?” É. Creedence em filme de punk. Procura sacar a letra que entenderás o porque da zuada.
Melhor parte: o vilão do filme é ninguém mais ninguém menos que Patrick JEAN-LUC PROFESSOR CHARLES XAVIER PICARD Stewart, que faz valer cada momento no filme e até mesmo o filme todo, se o resto do elenco não segurasse bem a onda.

Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil não é uma pedrada nem um soco no estômago. É te jogarem do alto de uma casa de dois, três andares, em cima de uma mureta de concreto reforçado. Ou tu seres atropelado por um trem. É lindo pra quem gosta de História, mais ainda pra quem gosta de História do Brasil, e muito mais pra quem é da História Moderna do país. É uma obra perfeitaça pra ter vergonha de ser brasileiro e mais ainda de já ter dito que foi patriota.
O documentário é de 2016, dirigido por Belisaro Franca e roteirizado por este e Bianca Lenti – baseado na tese de doutorado Educação, Autoritarismo e Eugenia: a exploração do trabalho e a violência à infância desamparada no Brasil (1930-1945), do historiador brasileiro Sidney Aguilar Filho, para a Unicamp –, produzido em conjunto pela Globo Filmes e pela Giros – com patrocínio da Ancine (Agência Nacional de Cinema) e FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) – e sendo distribuído pela EloCompany. Conta a história de cinquenta garotos negros que foram levados do orfanato carioca Romão Duarte para uma fazenda localizada no município paulista de Campina do Monte Alegre para prestarem serviço a uma família de fazendeiros e empresários Nazi-Integralistas (sim, os cretinos do Anauê!, exatamente esses bostas) Rocha Miranda, na década de 1930, período concernente à ascensão do nazismo e do fascismo e antes do Brasil declarar guerra ao Deutches Reich. Resultantemente, os guris, após trabalharem na matriz da panificadora do próprio Arallu, foram soltos no mundo à própria sorte.Tal narrativa foi construída a priori a partir da descoberta de tijolos com a suástica nazista na referida fazenda a partir dos relatos de uma secundarista n’aula do referido professor cruzado com a descoberta destes artefatos por um caseiro e a posteriori da memória de dois destes cinquenta meninos, Aloisio Silva – o 23, já que os guris eram numerados para melhor controle dos capatazes – e Argemiro Santos, além de relatos da família de “Dois”, que foi criado na casa grande da fazenda em questão.
Assista. Depois sinta como se um trem de transporte de minérios tivesse passado por cima de ti. É a sensação natural. Pausei um monte de vezes pra poder respirar e tomar água. É bom... Esse doc também é bom pra esfregar na cara de todo mundo que bate o pé dizendo que não há racismo no Brasil e vem em um bom momento sócio-político, onde o que não falta é gente dizendo isso.

O Príncipe das Marés. Nick “48 Horas” Nolte e o container sem guindaste da Barbra Streisand. Quem mata a porra do filme é a porra da Barbra Streisand. Podia ser a Mary Elizabeth Mastrantonio. A Geena Davis. A Susan Sarandon. A Sigourney Weaver. A Pamela Reed. A Vanessa RedgraveMas tinha que ser a porra da Barbra Streisand. Mas como foi ela que dirigiu e produziu o filme... Antes ter só dirigido e produzido mesmo.
O filme, de 1991 ano de lançamento do V, Ten, Várias Variáveis, Temple of the Dog, Metallica, Use Your Illusion, Achtung Baby (O ÚLTIMO DISCO DO U2 QUE É 100%), Out of Time, 1916, Pennywise, Blood Sugar Sex Magik, Badmotorfinger, Nevermind, Innuendo, Arise, 2Pacalypse Now, Mega Man 4, Sonic the Hedgehog, JFK, Exterminador do Futuro 2, Bela e a Fera, Silêncio dos Inocentes, American Ninja 4, História sem Fim 2, The Doors, Brincando nos Campos do Senhor, Bugsy, etc etc etc, pra quem não se ligou nos créditos iniciais, é baseado no romance homônimo de Pat Conroy, que escreveu o roteiro do longa junto com Becky Johnston. Finalmente consegui sacar completo porque eu nunca conseguia ver do começo ao fim.
A história é: a pedido da mãe, Sallie Wingo [Blythe Danner], Tom [Nolte] vai a Nova York ficar perto da irmã gêmea problemática, Savannah [Melinda Dilon], que tentou suicídio novamente e se assanha pro lado da psiquiatra da irmã, Susan Lowenstein [Streisand]. O Wingo sou eu um fracassado do caralho que não conseguiu fazer muita coisa da vida e vive de passado e só dá fora e a Rafaela é a Lowenstein, as diferenças são que minha irmã não é problemática, não sou treinador de rúgbi e não tenho mulher e filhos.
Parece ser mais um romancezinho besta. Mas ai tem um protagonista que é um fudido fracassado quase desequilibrado que tem uma irmã depressiva suicida – oriundos de uma família cujos pais brigavam a todo momento por tudo –, uma protagonista que parece estar ok na vida mas tudo está desabando ao seu redor e tens sérios problemas de relacionamento com o filho. Só quem parece ter minimamente a cabeça no lugar é a esposa do Wingo, a Lila [Kate Nelligan]. Traçando um paralelo bem calhorda tal qual o surfista, senão mais, mas ela é o próprio Siddarta Gautama se comparada à sogra, à cunhada e ao marido.
Em muitas vezes, vai bater uma vontade do caralho em parar de ver o filme, de tanto de tu mandas o Nolte e a Streisand se fuderem de tanta merda que fazem. O que faz valer a narrativa são com os flashbacks explicativos acerca da condição de Savannah até ela chegar ao suicídio que move seu irmão à capital cultural dos EUA. Certamente, Uma visão mais apurada do texto possibilita encontrar diversos problemas familiares presentes em muitas famílias ditas “funcionais” até mesmo no Brasil, o que, ignorando o romance tenso, pode convidar a uma reflexão sobre os atuais conceitos de família e mesmo funcionabilidade criei essa palavra agora, foda-se familiar. Porém, suponho que o texto original deva certamente ser muito mais tenso do que essa adaptação. Mas bora ver, né? Espero que tragam ao Brasil, como fizeram com O Turista Acidental (de Anne Tyler, do ano de 1985, que inspirou o filme homônimo de 1985, dirigido por Lawrence “Corpos Ardentes” Kasdan).
Se tu não gostas de romance, passa longe. Se preferes comedia romântica, nem inventa que tu só vais ficar com raiva. Só a Barbra Streisand e o final feliz forçado que matam o filme. O resto é só sucesso.

Frankenstein, de 1931, de James Whale (1889-1957) e roteiro de John L. Balderston (1889-1954), Francis Edward Fragoh (1898-1966) e Garreth Fort (1900-1945) sobre a peça homônima da novelista, poeta e dramaturga britânica Peggy Webling (1871-1949), sobre o texto original da Mary Wollstonecraft Godwin-Shelley (1797-1851), o primeirão melhorzão de todos.Motivos: 1) o monstrão é ninguém mais, ninguém menos que o BORIS KARLOFF; e 2) o filme pega todo o climão do romance da Shelley.
É. Um. CRÁSSICO! nos sentidos latu e strictu da palavra.Não posso nem falar nada do filme porque sou fã incondicional e inconteste do livro original, desse filme, gostei do filme do Sir Kenneth Charles Branaghe não tenho medo de dizer isso em voz alta e sou pesquisador de ficção cientifica. Só te digo o seguinte: ASSISTE!


E sobre a HQ....
Quinta última aconteceu uma coisa que pensei que não... nunca pensei que fosse acontecer
ABANDONEI A LEITURA DE UMA HQ!
(OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOH!)

A graphic novel em questão é Minha Vida, do mestre estadunidense da contracultura Robert Crumb (que, tal qual o Bukowski, recusa muitíssimo veementemente o título). Eu amo o Crumb, sériozão. Mas essa não deu. Não desceu. Até que o documentário sobre a vida dele foi “menos pior” que essa G.N. (a saber, Crumb, de 1994, de Terry Zwigoff).
Quero eu acreditar que fiquei velho e chato pra HQ, mas não é isso, sei lá, deve ter rolado uma identificação, aproximação, de minha parte, com o cretino miserável que o Crumb nunca escondeu ser depois que virou “cult” entre só todo mundo revoltado contra a sociedade dita “normal”. Até mesmo entre os ditos “inseridos no sistema” (igual aconteceu com o Bukowski, diga-se).
Ademais, no meu entender, ler essa HQ fez América, Mr Natural e Meus Problemas com as Mulheres (já tratei de todas elas por essas paragens) – e até mesmo Anti-Herói Americano, do Harvey Pekar, desenhada pelo Crumb inclusive (nada), e os documentários do Michael Moore – terem mais sentido sobre como funciona a cabeça do Crumb e como os EUA são sob um olhar bem mais apurado, interno... o quanto o estadunidense médio é loco das ideias. Meio como os japoneses são também e falam disso nos animes e mangás. Claro que os brasileiros – nós, brasileiros – não ficam muito atrás, só não há HQs sobre isso. Há muitas sátiras, paródias, charges, mas não essas análises a fundo, viés acido, de fuder mesmo.
Pra fã de Crumb, é terminantemente obrigatório. Leitor de HQ que se considera mesmo como tal tem que dar uma conferida, ainda que seja só por uma por cima.


Então é isso ai.
Tirem um tempo e confiram.
E venham comentar aqui
Filhos da puta.


HAIL AND ATÉ A PRÓXIMA!

Um comentário:

allan disse...

Esses filmes são excelente pedida. sala Verde ta na lista de filmes pra ver faz tempo.
Quanto ao Crumb: ele é gênio, mas erra. Tenta ler Gênesis, égua da chatisse.
Acontece nos melhores gênios.

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