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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

POSTANDO – FALANDO SOBRE HQ

[tempinho sem postar aqui, né?]

“Preciso acordar e não me notar, preciso vencer sem sequer ganhar, preciso precisar sem sequer ter.”
– Dead Fish, “Me Ensina”, do álbum Afasia, de 2001.


Foda-se o que disserem, seja lá o que digam, mas se tem uma coisa que eu realmente amo nas Histórias em Quadrinhos (Arte Sequencial, se você quiser chamar assim – se o Eisner falou, então ‘tá falado) – bem, uma das coisas – é o fato delas sempre aparecerem com algo realmente conectado ao meu dia-à-dia, me deixando realmente maravilhado e com aquela típica cara de bunda de “olha só esse tema que eles estão trabalhando nessa história. Oh, cara”.
Não devemos esquecer em momento algum que as pessoas que fazem Quadrinhos são pessoas como você e eu, com problemas, sonhos, angústias, frustrações, medos e esperanças. O diferencial deles é trabalhar com este... algo... maravilhoso. Mas, acredito eu, que todos nós, trabalhamos com algo maravilhoso. Eu não sei bem como explicar, mas eles são assalariados pra nos deixar não somente entretidos, mas também... pra vermos/entendermos/percebermos que não estamos sozinhos, que mais um sem-número de pessoas passam pelo monte de merda e sempre estao fazendo seu melhor para superarem cada dia e chegarem ao seguinte.
Eu não sei quantas pessoas têm os mesmos problemas que eu. Parei pra pensar nisso agora e vou começar a rezar diariamente (isso não é uma promessa) para que sejam bem poucas, bem poucas. Aos olhos de terceiros, podem não ser bem problemas, mas.................. Espero, de todo o meu coração, que sejam muitas as pessoas que têm o maravilhoso que eu tenho e poucas que tenham que agüentar o monte de merda que tenho que fazer.
As pessoas, muitas delas, acham que Quadrinhos não podem ser o retrato do que as pessoas passam porque são imagens e balões juntos, ou mesmo ignoram/desconhecem completamente o fato de que podem ser “somente” imagens que podem falar muito mais do que um Die verlorene Ehre der Katharina Blum (Heinrich Böll, 1974). O roteirista Peter David, considerado, não sem razão, o responsável pela melhor fase do Hulk, quando passou praticamente doze anos no posto, pôs pra fora todos seus problemas familiares e sua opinião sobre a atuação da política externa dos Estados Unidos nas páginas do Golias Esmeralda, tornando esta época, realmente antológica, sendo comparada à Lee & Kirby. E, sim, apesar de nunca ser casado, eu me identifico pra caralho com o Hulk. Todo aquele monte montão de raiva incompreendida, mas que [suspiro profundo de frustração], no meu caso, não pode ser posta pra fora. Isso me consome pra caralho (não preciso dizer o quanto isso fode comigo, né?), mas posso dizer/admitir que estou aprendendo a lidar melhor com essas coisas.
Eu me sinto sozinho na maioria do tempo – a última pessoa da face de Gaia, para falar a verdade e na maioria das vezes [Mãe, a Gisa e o Tail vão querer me matar quando lerem isso; agora já era] –, mas nunca quando estou lendo HQ.


Ohne mehr Enrolationnen/Einführungen........
A HQ a qual estou me referindo foi o Sonho-Desperto que me arrumou quando dei uma passada lá pra levar um’animação que o Aulus havia me arrumado (a adaptação de Batman: Ano Um, de Frank Miller e David Mazzucchelli, de 1987; a animação foi dirigida por Sam Liu e Lauren Montgomery). Quer dizer, foi UMA das que ele (Sonho-Desperto) me arrumou (oh, seu puto, eu te amo por causa disso).PRA MIM, o Homem de Ferro sempre foi um cara FODA. Um cara com grana que só um(a) Deus(a) poderia contar sem perder a conta, com uma armadura capaz de preparar maniçoba em UM SÓ dia, que luta ao lado dos Maiores Heróis da Terra (alguns cuzões de carteirinha e PhD também, mas enfim), é uma das maiores mentes pensantes do planeta (as maiores mentes pensantes são as que fazem as merdas mais monumentais [considere-se morto{a} se ME usar como exemplo!]), foi zoado valendo pelo Wilson Fisk, e, o MELHOR DE TUDO: com o SUPER-PODER de piscar pras mulheres, com a maior cara de sem-vergonha do mundo sem remorso algum, e elas dizerem: “ai, Tony Stark, me come agora!” Porra, tem como não ser fã de um cara desses?!? Não, né?!?
Mas...... Bom...... Eu não ia falar exatamente disso. Bem......
Quem lê as histórias do Latinha (como ele é conhecido entre os leitores), sabe que o Stark tem um problema SÉRIO de ALCOOLISMO. Tem uma história que o Laser Vivo (um dos inimigos dele) foi invadir a Stark Enterprises não-lembro-pra-quê-agora e lá foi o Stark, em modo #malafaiatranstornadomodeon# e, pura ironia, o Laser Vivo que acabou salvando as pessoas que o Stark quase mata bêbado usando a armadura (essa história está numa revista do Hulk da época qu’era publicada pela Abril). Na época, eu nem “tchum” pra coisa, sabe? Agora, eu li essa história um tempo desses e fiquei “caraaaaaaaaaaaaaalho” com uma cara de bunda que vocês podem imaginar.......
E na madrugada de ontem pra hoje, eu li uma das histórias que o Sonho me arrumou. Eu fui com certa apreensão, porque já ‘tô tão de saco tão inchado com esses universos resetados um caralhal de vezes da Marvel e da DC (dessa eu já desisti de fato, vou ficar mesmo só com os clássicos e com o selo Vertigo que é mais lucro) que já vou com os dois pés atrás, tanto que, de série regular da Marvel, só ‘tô acompanhando MESMO Justiceiro, Demolidor, algumas coisas do Quarteto Fantástico (Fundação Futuro o caralho também!; chamar aquele merda do Aranha quando podiam chamar a Mulher-Hulk pro time) e, obviamente, do Homem de Ferro.
Uma história pequena, sabem? Não faz parte de nenhum arco, mas faz referência a um bom montão, se você tiver lido o suficiente, ou mesmo se não tiver lido nada antes (um bom ponto de partida, eu diria)
. Esta é uma daquelas pequenas histórias que realmente conquistam, ainda mais se você se identificar com o personagem em sua situação. Você não sabe se sorri por estar sem graça de meio de se ver ali ou se sorri de satisfação por ter lido uma história dessas – ou mesmo as duas coisas. Eu não sei como eu me senti lendo aquilo. Me senti bem pra caralho (“foda-se, o Stark tendo problemas tão tensos quanto eu com a bebida e olha o que ele tem que passar todo dia!”) quanto...... completamente envergonhado (“caralho, meus problemas são porra nenhuma perto dos problemas que ele tem que passar e superar sóbrio!”) por comparar meus problemas com os dele, mesmo sendo um personagem de ficção. Acho que foi o Cândido ou o Rosenfeld ou o Prado ou o Gomes que disse que o personagem se veste de autor e devolve estes problemas para a sociedade que o criou, fazendo o leitor se debruçar de algum modo sobre estes problemas e encontrar como resolvê-los ou ao menos finalmente perceber que eles existem, mesmo que não tome uma atitude a respeito. E, sim, este é meu problema e eu não sei o que fazer a respeito e é bom que eu faça logo alguma coisa antes que seja tarde demais e..................

Tem o Ben Anderson (Nicolas Cage), do Despedida em Las Vegas (Mike Figgs, 1995, EUA), né? Eu vi quando era moleque e nada dessas merdas me atingia. Mas eu lembro que meu estômago revirou da última vez que vi. Isso sem falar no Don Birnam (Ray Milland), do Farrapo Humano (Billy Wilder, 1945, EUA). E então temos o Homem de Ferro e sua relação de amor e ódio com a bebida.
E então temos a mim, Quilômetros-a-Pé, que, de uma forma que só consigo sentir e não explicar, me sinto intensa e verdadeiramente ligado a eles três por causa disso.



Roteiro de Matt Fraction com arte de Salvador Larroca e Frank D’Armata.
(se você NUNCA encostou em um copo de bebida alcoólica, esta história não é pra você!)



E, só pra não esquecer e pra terminar este post: “feliz aniversário atrasado!” pra Íse Negrão e pra Lih von Uslar – tudo de excelente procês, meninas lindas! Vocês merecem!

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