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quarta-feira, 19 de julho de 2006

CAMPO DE BATALHA: IRÃ – parte um

em 19 de julho de 2006. às 12:36
(postagem escrita ao som do fodaço álbum Crucificados Pelo Sistema, dos Ratos de Porão, clássico do punk rock nacional e internacional dos anos 80)
trechos retirados da reportagem A revolução dos Aiatolás, presente da revista Aventuras na História, edição 8, de abril de 2004.

Por ISABELLE SOMMA
SINAL DIVINO
Quem são e o que querem os xiitas?
A revolução em 1979 chamou a atenção para o xiismo, vertente do islamismo seguida por menos de 20% dos muçulmanos do mundo. A palavra vem do árabe “shia” e refere-se aos partidários de Ali ibn Abi Talib, primo e cunhado de Maomé, que lutou e assumiu a sucessão do profeta, em 656, mas foi derrotado numa guerra civil e assassinado em 661, num dos primeiros cismas da religião muçulmana. Alijados do poder, o xiismo apresentou-se como um movimento contestatório dos primeiros califas, nos séculos que se seguiram. Os sucessos políticos foram raros e seus líderes eram perseguidos e eliminados. Somente no século 16, durante a dinastia safávida, o xiismo chegou ao poder.
Na teologia xiita, existe o título de aiátola, que só começou a ser empregado no século 20 e é usado pelos seguidores da corrente dos Doze Imãs para designar os juristas que têm autoridade para fazer julgamentos com base na lei islâmica. Segundo Mustafá Mamede Jarouche, do Departamento de Letras Orientais da Universidade de São Paulo, a origem da palavra também é árabe. “É um composto de ‘Áyat’ e ‘Allah’. Áyat designa tanto o versículo corânico quanto um ‘milagre’ ou ‘sinal’. Assim, Ayatollah, significa ‘sinal divino’.
Por ISABELLE SOMMA
444 DIAS EM TEERÃ
Um protesto de estudantes transformou-se num dos mais longos seqüestros da história
Na manhã de 4 de novembro de 1979 (dez meses após a revolução que levou o aiátola Khomeni ao poder), uma passeata de estudantes universitários parou em frente da embaixada americana em Teerã. Eles protestavam contra a ida do exilado xá Reza Phalevi para os Estados Unidos. Entre palavras de ordem, o clima esquentou e, de repente, o grupo invadiu os portões e 500 estudantes ocuparam o prédio, onde havia 90 pessoas. Seis delas fugiram pelos fundos, pulando o muro. Os remanescentes foram feitos reféns. Os iranianos exigiam a extradição do xá e a promessa de que os Estados Unidos deixariam de interferir no país. Em retaliação, o então presidente americano, Jimmy Carter, cancelou as importações de petróleo do Irã e ordenou o bloqueio de 8 bilhões de dólares de fundos do país depositados em bancos americanos. Mas a pressão econômica não foi suficiente para convencer os seqüestradores. E as autoridades iranianas não tinham a menor intenção de interferir. Pelo contrário, apoiavam as exigências. Dez dias depois, negros e mulheres foram libertados. Depois, mais um refém foi solto com problemas de saúde. Restavam 52. Em abril de 1980, uma tentativa de resgate foi arquitetada pelo governo americano. Um comando formado por 8 helicópteros e 60 soldados entrou em espaço aéreo iraniano, mas antes que chegasse à capital, foi surpreendido por uma tempestade de areia, no sudoeste do país. Três aeronaves caíram, matando oito militares. A missão foi cancelada e os iranianos descobriram a tentativa pouco tempo depois. A vigilância foi redobrada. Os reféns tinham direito a apenas um banho e poucas horas de sol por semana e, quando saíam do confinamento, eram vendados. Mas, segundo um dos reféns, Robert C. Ode escreveu em seu diário, em setembro de 1980, a vida não era tão dura assim. “Todos os dias são iguais. Faço exercícios, estudo espanhol, escrevo cartas. Jogamos três ou quatro partidas de caça-palavras pela manhã. À tarde, leio”. Com a morte de Reza Phalevi, em julho, a crise parecia acabada. Mas o impasse permaneceu e, até hoje, é apontado como um dos motivos que derrotaram Carter, na tentativa de reeleição, em 1980. No dia da posse de Ronald Reagan, em 20 de janeiro de 1981, o dinheiro iraniano retido foi desbloqueado e os reféns, libertados após 444 dias em cativeiro. Os detalhes da negociação permanecem um segredo de Estado.



na próxima postagem, Campo de Batalha: Irã – parte final!

espero que vocês tenham gostado!


Até a próxima e cuide bem de vocês mesmos!

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