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sábado, 15 de outubro de 2005

METALLICA - entrevista [traduzida] à Playboy - parte UM de CINCO

METALLICA – entrevista à Playboy
Parte um
Fonte: http://www.metalremains.com/materias.php?id=15

Uma conversa franca com os gigantes do heavy metal sobre a guerra contra o Napster, as guerras entres eles e o prazer de encontrar 10 garotas peladas no chuveiro.


HETFIELD: “Eu definitivamente não sou o cara mais esperto da banda, então ganhar um argumento intelectual não vai acontecer. Partir para a violência costumava funcionar”


Mesmo quando o Metallica está quieto, eles conseguem fazer barulho.
Em uma manhã do meio de Janeiro, no meio da mais longa pausa de turnês e gravações que a banda já teve, Metallica divulgou um breve, porém sentimental, press release, no qual o baixista Jason Newsted anunciou sua saída do grupo devido aos “motivos pessoais e privados e o desgaste físico que eu fiz a mim mesmo durante anos”. Algumas horas depois, uma fonte próxima ao Metallica disse a Playboy que a decisão de Jason encobriu um encontro da banda no dia anterior, de nove horas e meia, no RitzCarlton Hotel em São Francisco, uma seqüência a maratona similar acontecida em uma reunião uma semana antes. O anúncio de Newsted, a fonte disse, foi “muito bem discutida” pela banda.
De certa forma, foi só o tumulto usual para o Metallica, que passou boa parte do último ano tentando vencer – ou, talvez eles digam, um contra-ataque ao – Napster. O site conseguiu estimados 38 milhões de usuários durante os seus 18 primeiros meses ao permitir que fãs trocassem arquivos de som sem pagar nenhuma tarifa; em resumo, provia música gratuitamente. O Metallica abriu processo alegando quebra de direitos autorais e ilegalidade, e em 11 de Julho, o baterista Lars Ulrich – cuja campanha feita à mídia contra o Napster foi cheia de pretensão – testemunhou contra o site frente ao senado americano. Entre politicagem e conferências, o Metallica tocou música também. I Disappear, uma nova música na trilha sonora de Missão Impossível 2, foi indicada a cinco MTV Video Music Awards. E a banda lançou o S&M, um show de dois discos gravado com a San Francisco Symphony Orchestra. Eles fizeram uma turnê durante o verão com Kid Rock, que fez alguns vocais quando o vocalista James Hetfield não compareceu a três shows por causa de um acidente de jet ski. Até a VH1 se juntou a vingança única, mostrando a banda em um pesado Behind the Music. O ano 2000, disse o baixista Jason Newsted, “foi provavelmente o ano de maior aparição do Metallica”.
Dentre as milhares de bandas que saíram de ensaios em garagens até estúdios de gravação, apenas sete venderam mais álbuns do que o Metallica nos EUA. Entre elas, duas são lendas de longa data (os Beatles e Led Zeppelin), e os outros – Pink Floyd, os Eagles, Aerosmith, os Rolling Stones e Van Halen – são atos de nostalgia, que passaram muito do prazo de validade ou inconseqüências culturais. Dentre os grupos mais épicos de rock, apenas um – Metallica – ainda está fazendo turnê, ainda está vivo e ainda não precisa de Rogaine (n. do tradutor: remédio para hipertensão).
Quando Hetfield e Ulrich se encontraram em Los Angeles no verão de 1981, unidos por um anúncio em uma revista local de rock, eles tinham pouco em comum exceto o fanatismo pelas mais extremas mutações do rock. O pai de Lars, Torben Ulrich, foi um grande tenista dinamarquês, um boêmio e um fã de jazz; o avô de Lars foi o grande do jazz, Dexter Gordon. Lars tinha tido uma privilegiada, cara infância, cheia de viagens e liberdade. Hetfield, um produto de um lar destruído liderado por um pai que seguia a restritiva religião Ciência Cristã, estava trabalhando dias intermináveis e tinha visto pouco além do surbúbio de LA. Ulrich e Hetfield deslocaram uma versão inicial da banda para São Francisco para garantir os serviços do grande baixista Cliff Burton e o guitarrista adicional Kirk Hammett, um nativo da Bay Area que, como Hetfield, abraçou o rock como refúgio da miséria da adolescência.
As bandas que inspiraram o Metallica são bem obscuras, a não ser que você conheça os pioneiros do thrash europeu como Diamond Head e Blitzkrieg. Mas o Metallica lançou o metal puro para o grande mercado. Eles fizeram isso ao fazerem turnês com uma quase demente determinação, ganhando o apelido de Alcohollica enquanto iam de cidade para cidade como vikings buscando por vodka. Eles fizeram isso ao evitarem os clichês do metal (depois de descartarem suas calças coladas, isto é) como cantar sobre garotas e sexo, ao invés disso deram vozes a raiva, parábolas quase bíblicas sobre brutalidade e guerras. E eles fizeram isto, começando em 1991 com Metallica (também conhecido como álbum preto, devido a sua capa), ao trabalhar com o produtor do Bon Jovi, Bob Rock, ao adicionar experimentalismo e apelo melódico. Onde ele antes falava “volume mais alto do que qualquer coisa hoje” (“volume higher than anything today” – do ensurdecedor e debut da banda, Kill’em All), Hetfield começou a expor a vulnerabilidade que sempre está por baixo da raiva. Em Enter Sandman, ele cantou sobre medos noturnos de crianças, uma alusão a sua própria juventude convulsiva. “Agora eu vejo o sol” (“Now I see the sun”), ele canta, esperançoso, em The Unforgiven II. E Nothing Else Matters, uma balada, levou o Metallica a um território que nunca havia explorado: amor e satisfação.
Nós mandamos o escritor freelance Rob Tannenbaum para entrevistar a última das grande bandas de rock. Ele descobriu que apesar dos membros da banda estarem fora de sintonia entre eles durante o hiato, eles não estavam fora das mentes um dos outros. Sua descrição:
“Eu não me surpreendi de Jason Newsted ter saído do Metallica. Apenas dois meses antes, eu passei um dia com cada um dos quatro, e eu nunca tinha visto uma banda tão brigada e fracionada. A maioria das reclamações era disfarçada de humor – Newsted cutucou o modo de cantar de Hetfield, Hetfield cutucou o jeito de tocar de Lars, e Lars, que eu entrevistei por último, respondeu várias citações de Hetfield com desdém”.
“Mas a tensão genuína era evidente nessas entrevistas – a última a ser feita com essa formação do Metallica – pois todos compartilhavam uma coisa: cada um falava de sua necessidade de solidão. Paradoxalmente, esta é uma banda de solitários, e o conflito entre união e individualismo estava bem claro. Porque eles não estavam se falando, eu me tornei um intermediador da informação. ‘Como Jason está se sentindo?’, Kirk Hammett, 38, perguntou ansiosamente quando nos encontramos em sua casa na região de Pacific Heights de São Francisco, uma requintada mansão gótica cheia de madeira escura e crucifixos, com uma ovelha de duas cabeças na sala”.
“Hetfield, 37, convidou-me para sua casa, atrás de um portão de segurança em uma cidade a menos de uma hora ao norte de São Francisco. Parecia estranho que ele morasse na conhecidamente aconchegante Marin County, mas Hetfield me esclareceu sobre a vizinhança. ‘Isto é mais como um tipo de Cidade dos Perdedores’ , ele disse em um riso profundo. ‘Eu estou aqui mais pela sensação’. O lugar onde conversamos parecia mais uma sala rural – acima da lareira, as paredes foram decoradas com cabeças de nove animais que ele matou, incluindo um varrão, um antílope e um búfalo de 800 quilos que ele acertou com quatro tiros de um rifle. Hetfield, que ganhou o apelido Dr. Não por seu controle com a banda, costuma usar metáforas animais, que molda sua decidida perspectiva darwiniana. 'É um momento bem difícil para nós agora', disse Hetfield em um raro momento sóbrio. Mas quando sua esposa, Francesca, e sua filha de três anos, Cali, entram na sala, o autor de ‘Seek and Destroy’ se levanta e grita, ‘Abração!’”.
“Quando eu encontrei Lars Ulrich, 37, ele estava separado de sua esposa Skylar e seu filho, e estava vivendo em uma suíte de um hotel no centro de Nova Iorque enquanto mixava um álbum do Systematic pela sua gravadora, TMC. Ulrich é o apressado homem de negócios da banda – enquanto ele brigava e ameaçava, seu celular tocava constantemente – e também o emissário do mundo não-metal: ele é amigo de Matt Damon e Courtney Love, e joga tênis com John McEnroe. Carinhosamente chamado de “o anão dinamarquês” por alguns no círculo da banda, Ulrich de alguma forma consegue ser amigável e competitivo ao mesmo tempo, embora discutir fosse apenas mais uma forma de dizer oi”.
“O mais triste integrante do Metallica era Newsted, 38, o qual o encontrei no estúdio de gravação Marin County. Newsted, que se juntou a banda depois que Cliff Burton faleceu em um acidente de ônibus enquanto a banda fazia turnê pela Suécia em Setembro de 1986, foi pressionado pelas restrições de Hetfield que impediram que ele lançasse um álbum solo. Ele brincou sobre a forma de cantar de Hetfield, dizendo 'pelo menos agora podemos chamá-lo de cantor, ao invés de gritador ou berrador. Cinco ou seis anos atrás, eles o teriam chamado de gritador'. Newsted admitiu aos poucos que ele se sentiu 'quase preso' no Metallica. Mas quando perguntado se ele estava infeliz a ponto de sair da banda, ele disse sério: ‘eu nunca sairia do Metallica por outra banda. Se eu alguma hora tiver que escolher esse caminho, eu o faria para viver a minha vida, não para sair para tocar em outra banda’”.
“Uma fonte de dentro do mundo do Metallica me disse que Newsted 'não está 100 porcento saudável, e ele tem tocado com dor – o baixista também disse a Playboy que ele sairia 'quando o dia que eu não puder mais tocar chegar' com sua costumeira ferocidade. De acordo com a fonte, Newsted (que negou comentar a respeito) disse que ele poderia se mudar para Montana e não tocar um baixo por dois anos, embora seja difícil imaginar esse tipo de inatividade de um cara que sofre de ataques de ansiedade 'se eu tentar ficar sem tocar baixo por seis dias com alguém.’ Newsted pode ter saído simplesmente por problemas de saúde, embora a fonte admita que a disputa entre o baixista e o Hetfield fosse 'um fator determinante’”.
“Em breve o Metallica terminará seu hiato e retornará ao estúdio como um trio para gravar o novo álbum. Bandas de metal supostamente não devem evoluir: AC/DC, Black Sabbath e Motörhead soam basicamente iguais em seus primeiros álbuns como nos últimos. Mas o Metallica é motivado por ‘um medo de repetição,’ Lars me disse, então será interessante ouvir seu próximo passo. Então contratarão um novo baixista e voltarão às estradas, mais altos do que nunca”.

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