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e ai que tenho três livros de autoria publicada que fiz praticamente tudo neles e vou fixar esse post aqui com os três pra download e todos...

terça-feira, 27 de outubro de 2015

desabafo cruel

Seu bando de caralhos, deixem-me eu falar umas coisas bem legais pra vocês.
Prestem bastante atenção porque eu só vou dizer essa vez. Talvez possam até colocar fogo na casa da minha mãe por causa disso mas vamos lá.

O capitalismo no Brasil não deu certo, e não vai dar. Certo. Óbvio. 
Socialismo?
“Ah, mas tem o modelo uruguaio”. Putão, olha o tamanho do Uruguai e olha o tamanho do Brasil. Putão, estuda a história do Uruguai e compara com a do Brasil. E assina aqui o teu diploma de doutor em estupidez se tu acreditas realmente que a descriminalização das drogas (i.e., maconha) vai funcionar num país do tamanho do nosso, com nosso povo e nossos governantes. Em bom paraensês, “tu jura!” “Ah, a Holanda”, vai ler como funciona o negócio lá antes de falar merda.
“Tem o modelo cubano”. Mesma merda. E com o agravante do país estar num incessante “sai não sai de um regime militar”. Cuba é tãããããaão legal que cubano vive migrando de lá aos EUA e ao Brasil às três porradas nas coxas. Quer ir? Vai. E com passagem só de ida. Faça o favor. Ernesto “Che” Guevara de la Sierna (1928-1967) era um assassino misógino homofóbico. Mao-Tse Tung (1893-1976) idem. Não esquece nem te faz de cego que o Jean Wyllys é farinha do mesmo saco do Jair Messias Bolsonaro e do Marco Antônio Feliciano, a outra ponta do transferidor.
“Tem a Rússia”. Putão, dá uma lida POR ALTO na história da Rússia e compara com a do Brasil, fora a formação do povo russo. Se fosse um resumo pra evento acadêmico, as palavras-chave seriam: Vodka, Guerra, Vladmir Ilitch Lenin, Gulag, Josef Vissarionovitch Stalin, Genocídio, Guerra Fria, Corrida Armamentista, Perestroika, Glasnost, Crise, Boris Nikolayevitch Yeltsin. E só pra não esquecer: Putin.
“Tem os países escandinavos”. Certo, um bom exemplo. Todavia… Mais uma vez, aqui entram os fatores História e Formação Populacional. Fora que, em tamanho, os dois maiores países escandinavos não chegam à metade do Amazonas. Aqui, na-melhor-das-hipóteses, teríamos que rebootar o Brasil e dividir em um verdadeiro caralhal de nações pra podermos começar a pensarmos em fazer a merda funcionar.
“E a Coreia do Norte?” Ver Cuba.
Se vou defender os EUA? Hiroshima. Nagasaki. Honduras. Guatemala. Argentina. Chile. Brasil. Nicarágua. Oriente Médio. Vietnã. A lista segue. Dá uma estudada como a merda funciona de verdade nos EUA. Pode mudar pra Miami. Mas ainda será um latino de merda. Ajoelha e me chupa. E não morde.
Japão? Estuda o que o Japão aprontou na Ásia pós-abertura dos portos pelos EUA e Inglaterra. Sim, eles merecerem crédito pelo Nachkriegs (pós-II Guerra), mas o Japão não é o Brasil. Temos o que aprender com eles? Sim, muitíssimo. Ademais, mesmos comentários finais quanto aos países escandinavos. Tem cara de japonês e teu japonês é fluente? Mas ainda será um gaijin de merda. Ajoelha e me chupa. E não morde.
Alemanha? Estuda o que o então Império Alemão aprontou na África após a divisão do continente pelos europeus. Ademais, mesmos comentários finais quanto ao Japão e países escandinavos.
A Questão Palestina merece um texto só praquela putaria que acontece lá.

“Ah, hora de dar chance pro Marxismo”. Velhoooooooooooo. Os atores sociais mudaram. Os meios e as relações de trabalho mudaram de forma brutalizadora, ainda mais depois que a mulher descobriu seu verdadeiro poder no mercado (¡ainda bem!) e as minorias cansaram de ser saco de pancada do “homem branco heterossexual cristão” (¡ainda bem!²). Mais da metade do mundo em crise socioeconômica. Obama e Putin tão como dois galos de rinha se estudando, ‘tamos a um pé da Terceira Guerra Mundial. Quase 7,5 bilhões de pessoas no planeta. Estamos mais próximos de uma revolução das máquinas do que de uma revolução do operariado. Em outras palavras: Marxismo é eu dando um roundhouse kick de dois pés no meio da tua cara, seu corno. O próprio Karl Heinrich Marx (1818-1883) assinaria desistência de suas ideias ao saber do “marxismo stalinista” e da leitura brasileira de “restituição de posse” e meteria uma bala na cabeça sem pensar duas vezes. (Eu não consigo deixar de questionar qual seria a reação dele ao Movimento dos Sem-Terra. Negativa, eu imagino… Nunca saberemos.).

Ah, sim. A cidade sede das Olimpíadas do ano que vem – a saber, a cidade do Rio de Janeiro – está prestes a entrar em Guerra Civil. Não esqueçamos disso. Em momento algum. Eu tenho amigos lá e os caras estão realmente muitíssimo putíssimos com o desdém dos governos federal e estadual quanto a isso. Enquanto tu te emocionas com crianças mortas em praias europeias, cariocas pais e mães e irmãos estão chorando por suas crianças mortas. Seus compatriotas, parça. Podes acreditar não teres nada a ver com eles, mas não esqueças que já foste criança e tua irmã ou irmão ou amigos têm filhos – ou tu mesmo/a. Então…
Não esqueçamos inclusive que as vinte e seis unidades federativas mais o Distrito Federal da República Federativa do Brasil são vinte e sete barris de pólvora: quase duzentos MILHÕES de pessoas com sangue nos olhos e babando ácido-que-corrói-metal encaralhadas pelos mais diversos motivos que não podem mais ser ignorados e precisam ser discutidos e tratados mais-do-que-imediatamente. Se por algum mísero momento, pensares em “a culpa é do PT”, pode parar de ler esse texto aqui e agora, porque eu me basto de ignorante e hipócrita e estúpido.
O filósofo, filólogo e historiador francês Joseph Ernest Renan (1823-1892) afirmou que uma nação fundamenta-se sobre um “princípio espiritual”, em que os indivíduos se reconhecem não como sujeitos isolados, onde todos são partícipes dos sentimentos que emprestam forma à entidade simbólica que é a nação. Já o também historiador francês Numa Denis Fustel de Coulanges (1830-1889) conceituou nação como síntese cultural e uma memória coletiva. Nós, brasileiros, não estamos isolados, todos somos partícipes dos sentimentos que nos formam enquanto povo e nação – Raiva, Dor, Frustração e Angústia de ver onde nos permitimos chegar. Pode não parecer, mas são tais sentimentos que permeiam e compõem nossa memória coletiva. Os Humilhados e Sofredores e Ofendidos não esquecem o que passaram. Nós não esquecemos. Nós não esqueceremos. As seleções brasileiras de vôlei e futebol podem ir à merda porque não são elas que nos unem. Samba? Não me faça rir, calouro. “A Esperança em um Brasil melhor”? Seus latidos me insultam! As Humilhações e Sofrimentos e Ofensas-Recebidas diariamente e perpetuamente nos unem enquanto Povo e Indivíduos. São quinhentos e quatorze anos de todos os tipos de insultos não somente recebidos, mas inclusive os perpetrados contra nós mesmos. Nós não esquecemos. Nós não esqueceremos.

Concluindo: o Capitalismo não deu certo. Nem cogitemos o Socialismo. Estamos em Guerra.
A meu ver, a solução de e para nós, brasileiros, é nos unirmos. Direita e Esquerda e Centro e a puta que pariu toda. Chega de sermos nosso problema. Passou da hora de sermos a nossa SOLUÇÃO. Não para poucos, não para muitos – para todos. Já chega de estarmos doentes. Não melhoraremos em separado.

“Juntos, nós lutamos”, disse Roger Waters, “Divididos, nós caímos”.
E, por Mãe Gaia, em toda Sua Graça e Misericórdia e Piedade, já caímos por tempo demais.

Eu sou Quilômetros-a-Pé, Theurge Fostern dos Andarilhos do Asfalto.
Esta é a minha canção.
Ouça e vá embora.